Vazio e opaco, aquele olhar fitava o nada
A boca descaída mantinha aquele ar de espanto tempo demais
O corpo inerte jazia ali rijo e frio
Moribundo, no meio de outros como ele
Era a bancada do peixe do Continente.
Cheguei ali e deparei-me com aquela chacina, largo um grito "Estão todos mortos!"
E quem passava por ali abrandava o passo sem parar e franzia a sobrancelha, outros perguntavam-se quem era aquele louco que estava ali.
Eu: "Olhe. Desculpe. Só tem peixes mortos?"
Carniceiro de Peixes "..."
Eu: "É que eu queria um tubarão. Estava a pensar levar um. Assim quando o meu vizinho estivesse a tomar banho, eu atirava lhe o tubarão para dentro da banheira, só assim numa de pregar uma partida, acho que era engraçado.
Carniceiro de Peixes "Pois... Eu tenho ali um Tubarão, só que já está morto.... Então agora não morde muito. Só morde se meter lá a mão á frente da boca dele mas tirando isso, só morde de vez em quando e é quando lhe apetece..... É verdade, porque está morto."
Eu: "Isso é muito chato mesmo. Não tem pena deles? Os pobres animais aí mortos e voçê a comer pastilha elástica como se não fosse nada. Voçê é um psicopata!"
Carniceiro de Peixes: "..."
Eu: "..."
Carniceiro de Peixes: "Depois temos o Salmão. Come-se com batata cozida, há quem coma com batata assada mas isso é estupido."
Eu: "E Girafas?"
Carniceiro de Peixes: "Não temos, elas migraram para as ilhas e quando lá chegaram, os tubarões foram a correr ter com elas e foram caçadas no meio da savana."
Eu: "Lamento imenso, é sempre dificil perder alguém de família"
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